A lei determina que todo modelo de veículo que vai entrar no mercado brasileiro precisa passar por um teste para medir os poluentes que saem do escapamento. “Nosso foco é o ozônio e também material particulado que é a fumaça preta que a gente enxerga”, fala o gerente de Transporte Sustentável da Cetesb, Vanderlei Borsari.
Depois que o modelo é aprovado, ele pode ser produzido pelas montadoras e circular pelas ruas do país. Isso vale para carros de passeio, caminhões e ônibus. É o Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) que existe desde 1986 para garantir que a tecnologia usada na fabricação dos motores esteja de acordo com a lei ambiental brasileira.O programa tem várias etapas, que obrigam a indústria automobilística a investir em tecnologias mais avançadas e, por isso, menos poluentes. Por exemplo, desde 1997 é obrigatório que todo veículo tenha injeção eletrônica e catalisador, equipamentos que diminuem a quantidade de poluição jogada no ar quando ocorre a queima do combustível nos motores.
“De lá para cá esse tipo de equipamento vem sendo melhorado constantemente pra poder seguir estritamente os limites de emissão estabelecidos pelo Proconve”, completa Borsari. O Brasil saiu na frente também com o etanol, combustível renovável feito da cana-de-açúcar.
Hoje, 90% dos veículos fabricados no país são do tipo flex, funcionam tanto com gasolina quanto com álcool. “O etanol tem uma vantagem grande. Etanol de cana que tem uma relação de emissão de poluentes bastante favorável. Nós temos esse combustível ideal no Brasil”, conta o professor da Poli/USP, Francisco Nigro.
O etanol pode ser considerado motivo de orgulho. O Brasil é um dos primeiros países a fabricar o álcool combustível e o único que usa o etanol em larga escala. Por outro lado, a gente também não tem motivo para se orgulhar. O diesel fabricado aqui não é dos mais limpos do mundo.
O diesel, assim como a gasolina, vem do petróleo. Por isso, não é renovável. Entre os três tipos de combustível, o grande vilão é ele, que é usado principalmente nos motores de veículos pesados como caminhões e ônibus.“O diesel é bastante semelhante à gasolina. Ou seja, tem origem fóssil. Só que, além disso, o grande problema dele, principalmente no Brasil, é a quantidade de enxofre que você tem dissolvido nele”, explica Luiz Novazzi, professor do laboratório de combustíveis da FEI. Na maior parte do estado de São Paulo, ainda é encontrado diesel com 500 a 1.500 partes por milhão de enxofre e, quanto mais enxofre, mais poluente é o diesel.
Nos países da Europa, por exemplo, esse diesel com um teor de enxofre tão alto já é proibido. No Brasil, existe um cronograma para que o diesel mais limpo seja fabricado, mas o cronograma atrasou. Tanto a Petrobras, que produz o combustível, como as montadoras, que fabricam os motores, não cumpriram uma das etapas. Por isso, o Ministério Público Federal firmou, com as partes, um termo de ajustamento.
A boa notícia é que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) junto com as montadoras e a Petrobras já anunciaram que a partir de janeiro do ano que vem o S-50, esse diesel mais limpo, vai estar disponível nas regiões metropolitanas. “O nosso futuro do ponto de vista ambiental é atuar em cima do diesel pra gente ter cada vez mais controle das emissões e um diesel menos poluente”, conclui Ivan Carlos Regina, coordenador da EMTU.
A Petrobras informou, em nota, que já fornece o diesel S-50 na Região Metropolitana e que até 2013 vai produzir o S-10, com menos teor ainda. Contudo, a capital não tem postos preparados para receber esse tipo de combustível, pois ele tem que ser armazenado em um tanque à parte.
fonte:www.g1.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário