terça-feira, 28 de junho de 2011

O Mar Báltico, em breve com água doce


Estudo faz descobertas alarmantes

A mudança do clima irá transformar o Mar Báltico em uma região cada vez mais de água doce e devastar sua vida marinha, de acordo com cientistas. Um estudo multinacional descobriu que um aumento na precipitação na região levaria o mar a ficar menos salgado. Esta queda na salinidade mudaria a vida marinha, que já sofre com o excesso de pesca e a poluição por agentes químicos. 

Chris Reid, do Instituto Marítimo da Universidade de Plymouth, que esteve envolvido  no estudo, disse ao Independent: "Devido ao aquecimento global, há previsão de um aumento na precipitação nas bacias de rios que fluem para o Báltico. Como resultado o mar, por ser enclausurado e com uma saída muito estreita, vai ficar mais doce. Isto acontecerá nos próximos cem anos". 

As transformações no ecossistema do Báltico estão entre várias mudancas relatadas no projeto de pesquisa, liderado pelo Climate Change & European Marine Ecosystem Research (Clamer), que coletou mais de 13 anos de relatórios, envolvendo 17 institutos marítimos de 10 países europeus.  Outra descoberta alarmante foi a chegada de uma nova espécie de plâncton no Atlântico Norte, vinda do Pacífico. A espécie microscópica tinha desaparecido da região 800 mil anos atrás. Como a abertura da Passsagem Noroeste, devida ao derretimento da camada de gelo ártica, a planta flutuou de volta ao polo. Alga é uma fonte de alimento, mas especialistas dizem que uma mudança da rede alimentar marinha pode prejudicar ou mesmo destruir os pilares da vida existente no Oceano Atlântico. 

Antes do congelamento ártico, quase um milhão de anos atrás, a água do Pacífico podia entrar no Atlântico  Norte, o que permitiu que um grande número de espécies do Pacífico dominassem seu ecossistema. Algumas das espécies encontradas hoje em águas européias vieram originalmente do Pacífico. "Se o Ártico continuar a derreter as espécies podem atravessar. Os efeitos sobre os peixes seriam enormes. Haveria uma competição crescente. Por exemplo: há seis espécies diferentes de salmão no Pacífico, mas apenas uma no Atlântico. Os estoques atuais de salmão  no Atlântico estão em uma situação séria, e qualquer coisa que exaberce isto será um problema real", disse Reid. 

No ano passado, uma baleia cinzenta do Pacífico foi vista no Mediterrâneo, ma primeira ocorrência deste tipo em três séculos. Os cientistas acreditam que a redução do gelo no Ártico permitiu que ela cruzasse para o Atlântico Norte. As espécies marinhas estão tendendo a migrar para os polos, mas o fazem em velocidades diferentes. Isto torna difícil prever como elas irão interagir. Em mares fechados, espécies que requerem águas mais frias não terão para onde ir com o aquecimento. Pesquisadores acreditam que, com o aquecimento do Mediterrâneo, um terço de suas 75 espécies de peixe estarão ameaçadas, e seis serão extintas.

Foto: Romtomtom/Creative Commons



Fonte:http://planetasustentavel.abril.com.br/blog

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