quinta-feira, 7 de julho de 2011

Uma pausa no aquecimento nos anos 2000


Atividade na China provoca fenômeno

Cientistas acharam uma explicação possível sobre porque o aquecimento da Terra fez uma pausa nos anos 2000, uma das décadas mais quentes da história registrada. Foi toda aquela poluição de enxofre chinesa, pela enorme queima de carvão. Partículas de enxofre no ar refletem os raios do sol e podem resfriar as coisas um pouco temporariamente. Isso acontece ao mesmo tempo que a queima do carvão produz o dióxido de carbono que contribui com o aquecimento global. 

"As pessoas normalmente focam apenas no efeito aquecedor do CO2, mas durante a expansão econômica chinesa houve um aumento enorme de emissões de enxofre", que tem efeito resfriador, explica Robert K. Kaufmann, da Universidade de Boston. Ele é o principal autor de um estudo a respeito publicado na segunda-feira pelo Proceedings of the National Academy of Science. Mas o efeito é apenas temporário, enquanto que o dióxido de carbono permanece na atmosfera por um longo tempo. 

O consumo de carvão na China dobrou entre 2003 e 2007, e isto causou um aumento de 26% no consumo global, afirma Kaufman. Agora, líderes chineses reconheceram os efeitos desta poluição no ambiente e na saude de seus cidadãos, e estão instalando equipamentos para limpar as partículas. O enxofre sai rapidamente do ar se não for renovado, e com a duração do CO2 na atmosfera, seus efeitos de aquecimento estão começando a ficar visíveis de novo, diz ele. O platô no crescimento da temperatura desapareceu em 2009 e 20010, quando as temperaturas começaram a subir.

A capacidade do enxofre de resfriar as coisas levou a algumas sugestões de seu uso num projeto de geoengenharia. A idéia era injetar componentes de enxofre na alta atmosfera, o que aumentaria o número de nuvens e de nevoeiro, que então refletiria a luz do sol. Pesquisas sugeriram que isto é uma má idéia. Usar enxofre o suficiente para reduzir o aquecimento iria eliminar a camada de ozônio que protege o Ártico e atrasar a recuperação da camada de ozônio da Antártica em até 70 anos, de acordo com uma análise feita por Simone Tilmes, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica, no Colorado.  Este é o ozônio na atmosfera que protege contra os poderosos raios UV, não o ozônio de solo, que é um forte poluente. "A mudança do clima é uma importante ameaça, mas é necessária muita pesquisa antes que a sociedade tente soluções globais de geoengenharia", disse ela, segundo o CT Post. 

Foto: madiko83/Creative Commons
Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/blog

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