Até 2015, os 30 quilômetros do Rio Tietê que cortam a metrópole passarão a ter vida aquática e outros 30 km deixarão de cheirar mal. O anúncio, feito pela Sabesp, chega 20 anos depois do início da campanha pela despoluição do Tietê, uma iniciativa da então Rádio Nova Eldorado AM (hoje Eldorado Brasil 3000), num programa chamado O Encontro dos Rios.
A companhia afirma ainda que, até 2020, haverá a universalização do saneamento e o fim do mau cheiro das águas.
O governo do Estado lançou a primeira etapa do Projeto de Despoluição do Tietê, uma iniciativa da Sabesp, com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em 1992. A primeira etapa, até 1998, consumiu US$ 1,1 bilhão com a construção de três estações de tratamento de esgoto.
Na segunda etapa, entre 2000 e 2008, foram investidos US$ 500 milhões, sendo US$ 200 milhões financiados pelo BID e US$ 300 milhões com recursos da Sabesp, que teve apoio do BNDES. Na terceira, que se estende até 2015, serão investidos mais US$ 1,05 bilhão para coletar o esgoto de 1,5 milhão de pessoas e tratar o de mais 3 milhões.
Nesta terceira fase, que vai até 2015, na Região Metropolitana de São Paulo 28 municípios terão obras. Apesar de afirmar que o rio terá condições de abrigar peixes até o fim da década, a Sabesp não ousa falar que poderemos beber água do Tietê.
Até porque, mesmo livre do esgoto, ele ainda recebe muito lixo e poluição difusa (como fuligem carregada pela chuva).
É por isso que tanto a Sabesp quanto as ONGs afirmam que apenas a ação do governo não basta: é fundamental o comprometimento de toda a população. Ainda se vê pessoas jogando móveis e objetos no rio. Parte da culpa é da coleta ineficiente e da falta de educação das pessoas.
Os dados atuais de monitoramento da qualidade da água obtidos pelos grupos de voluntários da SOS Mata Atlântica mostram que ainda há um longo caminho a trilhar. Nas bacias do Alto e Médio Tietê, de 338 pontos de coleta, 10,35% tiveram qualidade considerada péssima e 41,42%, ruim. No início da segunda etapa da despoluição, porém, a situação era pior: 11,11% dos pontos tinham classificação péssima e 51,85% ruim.
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