O smart grid - rede elétrica inteligente - permitirá que qualquer pessoa produza e venda eletricidade. O que isso muda na sua vida?
Quando o Brasil adotar o smart grid, a rede elétrica inteligente, qualquer um poderá gerar energia em casa e usá-la ou vendê-la para as empresas concessionárias. Isso vai estimular a adoção de tecnologias verdes ainda pouco populares, como turbinas eólicas e placas solares fotovoltaicas, que passarão a ocupar os telhados e quintais de casas e edifícios. As tarifas cobradas pelas companhias fornecedoras terão preços diferenciados, variando de acordo com o volume de consumo em um determinado período do dia. Panes ou blecautes poderão ser detectados online e corrigidos em tempo recorde.VEJA QUADRO: Usina dentro de casa
Esse cenário pode parecer um sonho futurista, mas é mais real do que você imagina. Os equipamentos que vão permitir uma revolução no setor elétrico já existem. Parte deles está inclusive em funcionamento em algumas cidades do mundo, como asamericanas Austin e Boulder — China e Itália também vêm conduzindo experiências. Seu uso só não decolou ainda por causa do preço, mais alto que o dos obsoletos aparelhos usados há anos. Dois fatores, no entanto, estão começando a fazer isso mudar.
O primeiro deles é o aquecimento global, que tem exigido a busca por novas formas de reduzir as emissões de carbono. O problema é bem maior nos países mais ricos, responsáveis pela produção de boa parte dos gases causadores do efeito estufa. Grande parcela da energia consumida por essas nações vem de usinas termelétricas, que queimam combustíveis fósseis. Como o smart grid facilitará o uso de fontes renováveis, esse impacto poderá ser reduzido.
O segundo fator é o aumento do consumo de eletricidade em todo o planeta, previsto para ocorrer nas próximas duas décadas. De acordo com uma projeção divulgada no fim do ano passado pela Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), a demanda mundial por watts deve dobrar até 2030. Por isso, é vital ter um sistema elétrico mais confiável, capaz de reduzir as perdas na transmissão e de fornecer informações bem detalhadas sobre gastos.
A ELETRICIDADE COPIA A WEB A primeira grande diferença entre o smart grid e o sistema atual está no modo como a energia é distribuída. O modelo adotado hoje por todos os países ainda guarda as mesmas características de um século atrás. “Ele é baseado no princípio de que a energia é gerada em um ponto e consumida em outro”, afirma Pedro Jatobá, presidente da Associação de Empresas Proprietárias de Infraestrutura e de Sistemas Privados de Telecomunicações (Aptel) — a entidade reúne as principais companhias energéticas do país. Na rede inteligente, a transmissão pode começar em qualquer ponto e seguir em qualquer direção. A ideia é ter uma estrutura similar à da internet.
Outro elemento fundamental para o novo sistema são os medidores inteligentes, ou smart meters. Por meio deles, cada consumidor conseguirá saber exatamente quanto gasta durante as 24 horas do dia, ao longo de todo o mês. As informações poderão ser acessadas inclusive em tempo real, pela web. No Brasil, existem quase 5 milhões de aparelhos desse tipo, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) — apenas uma parte desse total, contudo, já foi instalada. O problema é que os equipamentos são subutilizados no país.
Algumas concessionárias decidiram adotá-los em áreas com grande concentração de moradores de classes média e média baixa, para reduzir os furtos de energia. Como os dados coletados são repassados para uma central por radiofrequência, fica fácil descobrir se existem desvios — os consumidores, no entanto, não têm acesso às informações detalhadas. “O preço dos aparelhos é de três a quatro vezes maior do que o dos medidores tradicionais”, diz Alvaro Dias Junior, diretor-geral e vice-presidente executivo para América do Sul da Landis+Gyr, uma das fabricantes desses equipamentos. “Mas as perdas dessas concessionárias são tão grandes que 1% de economia já é bastante dinheiro.” Atualmente existem 62 milhões de medidores no Brasil, segundo a Aneel.
- O preço da mudança: 62 MILHÕES de medidores precisam ser trocados por Modelos inteligentes no Brasil.
- 230 REAIS: É o gasto médio para instalar cada um dos novos aparelhos. Fonte Aneel
Fonte: Planeta Sustentável
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