Precisamos de mais árvores nas nossas cidades. Mas as cidades também precisam se tornar mais parecidas com as árvores.
Outro dia, expliquei em um artigo por que os ambientalistas precisam pensar como atletas profissionais, inspirado em parte pelo trabalho de Mihaly Csikszentmihalyi sobre a experiência ideal (flow). Quando terminei seu livro, fiquei intrigado com outra observação: a tarefa de achar sentido na vida de um indivíduo pode ser diretamente comparada ao papel das plantas como "estruturas dissipadoras —organismos que captam a energia difusa do sol e a transformam em estruturas dinâmicas e altamente complexas”.
Creio que o desafio de formar uma comunidade é muito semelhante. Como cultura, poderíamos aprender muito com as plantas.
1. Captar a energia dissipada
Do potencial de Nova York para captar a energia do sol a uma incrível ponte solar, sabemos que nossas comunidades e cidades poderiam utilizar (e conservar) melhor a energia física que está à nossa volta. No entanto, as comunidades são, por definição, repletas de energia física.
Qualquer coletivo de seres humanos literalmente fervilha de ideias, ideologias e emoções. Essa energia pode ser aproveitada para o bem ou ser desperdiçada — ou vai para o lixo, ou torna-se uma força destrutiva, como os motins em Londres no ano passado. Temos que aprender a usar a energia disponível.
2. Encontrar um propósito
As plantas crescem na direção da luz. É algo que está literalmente impresso em sua estrutura genética. Se o homem tem ou não um propósito pré-definido, não cabe a este ateu dizer, mas sem dúvida podemos encontrar um propósito coletivo. E a busca pela sustentabilidade e adaptabilidade oferece imensas possibilidades para isso. Daprimeira cidade solar da Grã-Bretanha a um vilarejo que conseguiu se reinventar, ao expressar nossos objetivos em termos de identidade coletiva, criamos um ponto de união. Mas para isso, precisamos valorizar as contribuições de todos, e até aprender com as pessoas marginalizadas, para quem a adaptabilidade sempre foi um estilo de vida.
3. Adapte-se e siga em frente
Quando as comunidades que cultivavam algodão na Carolina do Norte foram afetadas pelo NAFTA, milhares perderam o emprego. Mas alguns decidiram lutar, e atualmente, o programa Cotton of the Carolina's está reanimando toda a indústria e provando que o algodão orgânico têm um desempenho tão bom quanto o geneticamente modificado – e em um estado onde diziam que isso era impossível.
As plantas podem crescer na direção da luz, mas isso não significa que avancem às cegas. Temos que aprender a fazer o mesmo.
4. Seja bonito (por dentro e por fora)
As plantas são coisas fantásticas, não só por criarem belos matizes, texturas, formas e cores. Em nossa busca pela sustentabilidade e adaptabilidade, temos que nos dedicar de forma semelhante à beleza — não como um anúncio bonito ou um enfeite inútil — mas como uma característica inerente aos nossos edifícios, ruas, objetos e comunidades como um todo. A forma e a função são iguais.
5. Não suje onde você come
Se as plantas poluíssem o solo onde crescem ou acabassem com a água de que dependem, não durariam muito. Infelizmente, esta tem sido a trajetória da nossa sociedade. No entanto, cidades e comunidades biomiméticas não só reduzem seu impacto sobre o meio ambiente como contribuem para a saúde dos recursos naturais. Seja filtrando a água ou protegendo a biodiversidade, está na hora de parar de ver a nós mesmos e às comunidades como um flagelo para o planeta, e começar a pensar em formas de curá-lo.
Fonte:Treehugger Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário