O Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações Agrobiotecnológicas (ISAAA, na sigla em inglês) divulgou há alguns dias um relatório sobre o avanço das lavouras transgênicas no mundo. Segundo a entidade, que foi fundada por empresas que comercializam sementes geneticamente modificadas e defensivos agrícolas, em 2011 a superfície cultivada aumentou 8% em relação a 2010.
A lista de países com maior superfície cultivada demonstra a grande penetração desta tecnologia agrícola na América do Sul: entre os três primeiros países, estão Brasil e Argentina, que se diferenciam dos demais por dez milhões de hectares (os Estados Unidos vêm em primeiro lugar, com 69 milhões de hectares de áreas semeadas).
O que isso significa? Em poucas palavras, que as empresas de agroquímicos foram bem-sucedidas em vender seu pacote tecnológico a estes países.
Para aumentar o rendimento das sementes transgênicas, elas são tratadas com agrotóxicos (vendidos pelas próprias empresas que comercializam as sementes). Além disso, ao final da colheita, as plantas voltam a produzir sementes normais, obrigando os produtores a comprar novamente as versões transgênicas e gerando dependência dessas corporações. Alguns destes temas foram abordados no filme de 2008, O mundo segundo a Monsanto.
Enquanto Brasil e Argentina adotaram o cultivo transgênico abertamente, países como México e Bolívia não foram tão receptivos. No México, há rejeição aos testes com milho transgênico realizados desde 2009 e interesse em defender as mais de 60 espécies nativas de milho, e a Bolívia criou uma Lei de Segurança Alimentar, cujos objetivos incluem a conservação de sementes nativas.
Embora organizações ambientalistas tenham questionado os números da ISAAA,alegando que foram manipulados para refletir a aceitação das sementes transgênicas, tais informações não devem ser ignoradas e oferecem mais argumentos para o apoio à agricultura orgânica em países altamente tecnificados, como Argentina e Brasil.
fonte: TreeHugger Brasil
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