Realizada pela primeira vez em 1972, em Estocolmo, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, representou o início da busca pela superação dos problemas ambientais – até então, era comum pensar que os recursos naturais eram inesgotáveis e que a terra suportaria toda ação humana.
A partir da primeira conferência, a temática ambiental passou a integrar a agenda política internacional e diversos outros encontros estão sendo realizados desde aquela data, pois percebemos que, de fato, ainda há muito a ser discutido e realizado, efetivamente, em prol de melhorias ambientais.
A ECO’92, realizada no Rio de Janeiro, por exemplo, foi o ponto-chave para que houvesse uma mudança na consciência planetária sobre os problemas ambientais mundiais e fez com que o conceito de desenvolvimento sustentável ganhasse espaço de tal forma que foi imposto nas deliberações de organismos públicos e privados – desde conselhos municipais a instituições empresariais internacionais.
Após a ECO´92, mais de 150 países criaram instituições nacionais para desenvolver uma abordagem integrada ao desenvolvimento sustentável. Foram criados, também em decorrência da reunião, instrumentos de melhoria socioambiental, como as normas da ISO - International Organization for Standardization -, entre elas a ISO 14001 (Sistema de Gestão Ambiental), ISO 14064 (Mudanças Climáticas), OHSAS 18001 (Segurança e Saúde do Trabalho).
A ABES-SP – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental em São Paulo, trabalha para chamar atenção da sociedade para a importância das ações proativas em prol da sustentabilidade, gerando discussões e relevando os avanços – que precisam ser, cada vez mais, evidenciados.
Deste modo, dando andamento para alcançar nossos objetivos, hoje estamos nos deparando com os preparativos para a RIO+20 – que agrega as dimensões econômica, social e ambiental – e tem o potencial de ser o mais importante evento de política internacional dos próximos anos. Entre os temas a serem pautados durante a reunião, que ocorrerá no início de junho, estão: o desenvolvimento sustentável, a economia verde, e a erradicação da pobreza. Abordagens amplas e, relativamente novas.
Como disse o embaixador, André Aranha Corrêa do Lago, negociador-chefe do Brasil para a RIO+20, o debate ambiental passa pela economia, por isso, como sempre, a erradicação da pobreza é tratada como tema fundamental para a melhoria das condições ambientais.
Por sua vez, a sociedade, de forma geral, deve cobrar das autoridades medidas concretas e estabelecimento de metas coerentes e que, verdadeiramente, tragam mais equilíbrio para nosso planeta. Caso contrário, criaremos mais modismos sem a devida avaliação de melhorias alcançadas.
E mais: quanto dinheiro se gasta num evento desta natureza? É preciso que traga, ainda que em médio e longo prazos, resultados perceptíveis e indiscutíveis.
O momento é de tomada de decisões. É preciso seriedade e disciplina para abordar os temas pautados na reunião.
O Brasil está no centro do debate mundial sobre desenvolvimento sustentável. Temos de aproveitar esta oportunidade.
Dante Ragazzi Pauli
Presidente da ABES-SP
Presidente da ABES-SP
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