Crédito: Ken Hawkins, Creative Commons.
Por Sami Grover, Carrboro, EUA.
Quando escrevi que a defesa do consumo da produção local de alimentos acabava simplificando o debate sobre o assunto, afirmei que há uma batalha constante entre os defensores da agricultura em pequena escala e os da monocultura industrial como única forma de alimentar o planeta. David Suzuki publicou um texto interessante no Huffington Post, defendendo que a primeira pode realmente alimentar o mundo e proteger a biodiversidade nesse processo.
A agricultura tem um impacto gigantesco sobre a paisagem global e, consequentemente, sobre a biodiversidade. Citando um estudo científico sobre a agricultura em pequena escala de Michael Jahi Chappell e Liliana Lavalle, Suzuki indica que cerca de 40% da superfície terrestre do planeta seria dominada pela agricultura de uma forma ou de outra.
Dada esta extensão absurda e evidências recentes de que talvez estejamos passando pelo sexto processo de extinção da Terra, só faz sentido aumentarmos a quantidade de comida diminuindo a quantidade de terra, assegurando a sobrevivência de uma população saudável de plantas e animais. Novamente citando Cappell e Lavalle, Suzuki sugere que a agricultura em pequena escala é mais eficiente do que a produção industrial, tanto em termos de eficiência energética como de produção por hectare.
Talvez o mais interessante seja o fato de os estudos também demonstrarem “que fazendas pequenas, quase sempre produzem mais por unidade de área do que fazendas maiores”. Um desses estudos concluía que “métodos alternativos poderiam produzir alimentos suficientes para sustentar toda população humana existente, e, potencialmente, uma população ainda maior, sem aumentar a ocupação da terra”.
Mas assim como o consumo local pode ser uma simplificação exagerada da questão, focar somente na produtividade e nos processos de produção pode desviar a atenção de questões importantes. Como Suzuki ressalta, o problema da fome está ligado à economia e à logística de distribuição de alimentos, além da capacidade de produção das fazendas.
A questão da falta de alimentos no mundo é um mito. Vivemos em um planeta em que tanto a fome quanto a obesidade são epidemias, o que mostra que o problema é mais de desigualdade e de má distribuição do que de falta de alimentos.
fonte:treeHugger
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