Milhares de brasileiros comemoram a virada do
ano na praia. E, por causa do ritual do réveillon, garrafas, flores e velas
invadem as areias e muitas vezes são jogadas ao mar, como presente para
Iemanjá, a rainha das águas, segundo o sincretismo religioso. Para
conscientizar a população sobre a importância da limpeza de praias e oceanos e
alertar quanto às ações que podem ser adotadas para reduzir os danos dos
resíduos sólidos ao litoral, o Ministério do Meio Ambiente, por meio da
Gerência de Zoneamento Costeiro da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento
Rural Sustentável, atua com ações e projetos de incentivo à sustentabilidade
costeira.
Uma dessas iniciativas é o Projeto Orla, que vem fomentando a
discussão do gerenciamento costeiro e promoção do uso sustentável de recursos
naturais, o que inclui a limpeza a conservação de oceanos. Além de cursos de
capacitação de técnico e multiplicadores, o Projeto Orla busca promover o
ordenamento dos espaços litorâneos sob domínio da União, aproximando as políticas
ambientais ao governo e à sociedade. “Entre os objetivos do projeto estão o
fortalecimento da capacidade de atuação e articulação de diferentes atores do
setor público e privado na gestão integrada da orla”, aponta a coordenadora de
Gerenciamento Costeiro do MMA, Leila Swerts.
PROBLEMAS COMUNS
Em geral, os resíduos sólidos são problemas comuns. O Brasil
possui aproximadamente 400 municípios costeiros e, atualmente, 80 deles já tem
adesão em alguma fase do Projeto Orla. “A expectativa é que novos municípios
sejam alcançados para implantação do projeto, o que garantirá um espaço
costeiro mais limpo e sustentável”, diz Leila.
Uma das principais consequências dos modelos e padrões de
produção e consumo adotados pela sociedade atual é a geração de resíduos.
Conforme a coordenadora de Zoneamento Costeiro, considerando que o mundo vive a
“era dos plásticos”, material relativamente barato e de grande durabilidade.
Grande quantidade desse material acaba chegando, de uma forma ou de outra, em
ambientes marinhos e costeiros, provocando um grande problema que diz respeito
a toda a sociedade.
Segundo a coordenadora do MMA, o lixo marinho é qualquer tipo
de resíduo sólido de origem antropogênica (produzido pelo homem) gerado em
terra ou no mar que, intencionalmente ou não, tenha sido introduzido no
ambiente marinho, incluindo o transporte destes materiais por meio de rios,
sistema de drenagens e esgoto, ou vento. “Ao contrário do que muitos pensam, a
maior parte do lixo marinho tem origem no continente, ao atingir os
ecossistemas marinhos e costeiros, estes resíduos geram danos significativos
aos seres vivos”, acrescenta Leila Swerts.
Dessa forma, torna-se comum a ingestão dos resíduos por aves,
tartarugas marinhas, peixes e mamíferos marinhos. E danos diretos em
ecossistemas naturais, como ocorre no caso dos recifes de corais. “Também vem
sendo estudada a capacidade de adsorção de poluentes persistentes por
plásticos, que acabam sendo ingeridos por animais ao logo da cadeia alimentar,
podendo chegar até os seres humanos”, diz a coordenadora do MMA.
Fonte: SOPHIA GEBRIM MMA
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