sexta-feira, 8 de julho de 2011

ONG usa futebol para educar crianças na zona rural do Paraguai

Como vimos no Projeto H, a concepção do design pode ter fins mais altruístas do que a simples criação de produtos.
Nesse sentido, o Projeto Partidí do Paraguai encabeça um interessante projeto que tem uma visão semelhante do esporte: implementar programas educacionais em zonas rurais onde a educação formal não chega ou é de baixa qualidade, utilizando como ferramenta uma paixão infantil, o futebol.
Partidí é uma iniciativa do Centro para o Desenvolvimento da Inteligência, uma associação civil sem fins lucrativos cujo objetivo é realizar programas para promover a educação, a cultura, e o desenvolvimento social e econômico do Paraguai.
Como funciona sua metodologia? Em uma primeira etapa, a organização convida as crianças a jogar futebol de forma tradicional, para atraí-las. Na segunda fase, são incorporadas normas de convivência: elas debatem e estabelecem as regras do jogo, aprendem a jogar sem árbitro e solucionam seus próprios problemas.
É somente na terceira etapa que ocorre a implementação da chamada “Escola sem paredes”, onde os conhecimentos obtidos no jogo são vinculados a uma proposta educacional em sala de aula. A organização passa então a coordenar atividades com professores de matérias nas quais as crianças têm mais dificuldade. A partir do assunto que estão ensinando, são criadas atividades que permitam às crianças absorver esses conhecimentos por meio da prática do esporte.
Por exemplo, se a professora está ensinando geometria, durante as partidas os alunos são orientados a trabalhar estratégias de ataque em círculos, ou armar uma defesa em forma de triângulo. Se a matéria for espanhol, montam-se dois times, separando as crianças em “vogais” e “consoantes”. E para entender conceitos de física como resistência ao ar, os alunos empurra a bola até o meio do campo.
As partidas também promovem uma competição mais saudável, já que os próprios alunos determinam o sistema de pontuação: quem fizer mais gols ganha 10 pontos, mas quem respeitar mais as regras ganha outros 10, por exemplo.
Finalmente, ao final das partidas, são realizadas palestras informativas sobre temas ligados à vida das crianças e jovens, como relações familiares, drogas e gravidez na adolescência.
Embora seja difícil mensurar os resultados de programas desse tipo, seus criadores asseguram que o esporte tem um efeito positivo inegável sobre as crianças, melhorando a comunicação, a auto-estima e a participação em suas comunidades.

Fonte:Discovery Brasil

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