"É paradoxal que novas oportunidades estejam se abrindo para nossos países, ao mesmo tempo em que compreendemos que a ameaça das emissões de carbono se tornaram iminentes", disse o presidente da Islândia, Olafur Ragnar Grimsson.
Livre de gelo
Cientistas dizem que, nos últimos dez anos, o tamanho médio da calota polar em setembro, a época do ano em que ela é menor, foi de cerca de dois terços da média durante as duas décadas anteriores. O Programa de Monitoramento e Avaliação Ártica, um grupo norueguês que estuda a região, prevê que, dentro de 30 ou 40 anos, todo o Oceano Ártico ficará livre de gelo no verão.
Os russos, viajando perto da costa, vêm navegando pela Passagem Noroeste há um século. Eles a abriram à navegação internacional em 1991, após os desmanche da União Soviética, mas só recentemente algumas companhias começaram a achar a rota lucrativa. Em 2009, os dois primeiros cargueiros comerciais internacionais viajaram ao norte da Rússia, entre a Europa e a Ásia. Neste ano, 18 navios fizeram a travessia, quase sem enfrentar gelo. As viagens incluíram um cruzeiro turístico pela Passagem Nordeste, partindo de Murmansk e chegando a Anadyr, um porto russo no Oceano Pacífico, de frente para o Alasca.
Para a indústria da pesca internacional, a meta é o chamado buraco da rosca do Oceano Ártico - os milhões de quilômetros quadrados no centro do oceano que ficam além 200 milhas territoriais das nações costeiras.
O espectro de nações famintas do sul pescando no buraco da rosca recentemente aberto à navegação fez com que o Pew Environment Group divulgasse recentemente um relatório advertindo que, se não for instituída uma nova regulamentação para a região, as populações de bacalhau poderão ser dizimadas.
Norte da Rússia ganha de rota via Suez em 7 mil km
Em algumas rotas, a viagem pelo topo da Rússia já é competitiva com a passagem da Europa à Ásia via Canal de Suez. Por exemplo, a viagem de Roterdã a Yokohama, no Japão, via Passagem Nordeste, é cerca de 7 mil quilômetros mais curta que a rota atualmente preferida por Suez, segundo o Ministério dos Transportes da Rússia.
Evidentemente, a rota ártica ainda tem um longo caminho a percorrer para alcançar os 18 mil navios por ano que navegam pelo Canal de Suez. Mas o uso principal da navegação no Oceano Ártico tem sido respaldar o avanço de outras indústrias para o norte, como as de mineração e de exploração de petróleo.
fonte revista ecológica
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