Gráfico que demonstra a população mundial atual. ©Arenamontanus.
Dentro das discussões sobre o futuro do planeta, o aumento da população mundial se apresenta como um dos principais problemas. A ideia é simples: quanto mais gente, maior a pressão sobre os recursos do planeta e maior o risco de escassez. E as nações em desenvolvimento costumam aparecer como principais responsáveis pelo problema – a suposição geral é que mulheres com pouca educação têm mais filhos.
No entanto, as coisas parecem não ser bem assim.
"Há 40 anos, as mulheres ao redor do mundo tinham cinco ou seis filhos. Hoje, têm a metade: uma média de 2,6 filhos. Não só nos países ricos, mas em todos os lugares. (…) E as mulheres estão reduzindo o tamanho de suas famílias não porque os governos as obrigam, mas para o seu próprio bem e pelo bem dos seus”, argumenta o escritor.
Pearce cita exemplos de países como Irã, China, Bangladesh, Índia e até o Brasil, um país com grande influência do catolicismo. Em todos eles, assegura, a média de filhos está diminuindo.
Segundo o escritor, uma das causas é a erradicação das doenças que matavam crianças pequenas, obrigando as mães a ter mais filhos para garantir a descendência. Outro fato é que a maioria das pessoas vive em cidades, onde a família numerosa acaba sendo um fardo econômico e os custos da educação são altos.
Mesmo assim, calcula-se que a população mundial crescerá no mínimo em dois bilhões de pessoas nos próximos anos. O escritor atribui este crescimento ao enorme número de mulheres férteis que nasceram no “baby boom' do século XX, mas garante que isso se reverterá em uma geração.
Em contraposição a esta questão, Pearce defende que o consumo é um problema muito mais sério: "O aumento do consumo é uma ameaça muito maior para o meio ambiente que o aumento do número de pessoas. E esse consumo adicional acontece em países ricos. (…) As emissões de carbono de um norte-americano equivalem a quatro chineses, 20 indianos, 40 nigerianos e 250 etíopes. Como as pessoas 'verdes' do mundo rico podem culpar os pobres pelos problemas do planeta?", questiona.
Mas é claro que nem tudo é tão simples. O vice-presidente executivo dp Instituto da População, Robert Walker, contestou o escritor alegando que estes dois bilhões de pessoas a mais não são um problema menor em um mundo que já tem dificuldade de alimentar 6,8 bilhões pessoas.
E, é claro, é importante prevenir a gravidez indesejada em qualquer lugar do planeta, já que o novo ser consumirá grandes quantidades de recursos e alguns países pobres não terão alimentos suficientes e água potável para poder abastecer sua população.
Apesar de não ser uma questão simples, é interessante notar a queda nas taxas de natalidade dos países pobres, assim como a tendência crescente de se estabelecer famílias menores, além de crenças religiosas e políticas governamentais. Estes dados servem também para assumir (e não delegar) a responsabilidade pelo consumo.
Fonte TreeHugger
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