quarta-feira, 13 de julho de 2011

Como somente 3% do lixo da Dinamarca acabam em aterros

Dinamarca

Em 1970, a Amagerforbrænding, uma usina waste-to-energy (que gera energia elétrica a partir do lixo) foi construída fora de Copenhague. Com o passar dos anos, a cidade a aprimorou – a usina gera 26MW de potência e fornece aquecimento urbano para 140 mil residentes de Copenhague. Emite muito menos poluentes que uma usina de carvão, mas também produz muito menos energia. Graças a usinas como essa, apenas 3% do lixo de Copenhague acabam em aterros. O resto é reciclado ou incinerado e transformado em energia.
Na semana passada, visitei Amagerforbrænding para ver se esse tipo de usina justifica sua inclusão na agenda de dinamarquização do mundo. Veja esse pequeno vídeo que mostra como é a usina:
 
Um guindaste robótico enorme recolhe o lixo:
 
O lixo é incinerado em quatro fornalhas. Caldeiras aquecem água para que o vapor fique sob alta pressão. Depois ele é bombeado por um sistema de limpeza de gás de combustão que remove os elementos mais nocivos, de maneira que as emissões não fujam aos rígidos regulamentos dinamarqueses de poluição (o subproduto é tão limpo que não há necessidade de chaminé). O vapor gira uma turbina que gera eletricidade. O calor é capturado e canalizado. A usina waste-to-energy é o máximo!
O subproduto sólido do processo de incineração – escória – é armazenado para ser usado por empresas de construção, que compram o material.
O processo todo é mais ou menos assim:
USINA DE INCINERAÇÃO
1. Área de despejo de resíduos
2. Recolhimento do lixo com guindastes
3. Quatro fornalhas
4. Caldeiras para aquecer água e elevar a pressão do vapor
5. Sistema de limpeza de gás de combustão
6. Turbinas para produção de energia
7. Escória de processamento
Parece um belo esquema – o lixo fica longe dos aterros, há geração de energia e distribuição de aquecimento. Todos os detritos são reutilizados, se possível.
 
ser utópico dentro de mim pensa que essa energia deveria ser destinada a uma redução do consumo em geral e, consequentemente, do lixo, e ao trabalho para integrar outros produtos ao cotidiano das pessoas. Mas aproveitar a energia do lixo – em vez de permitir que ele apodreça e libere metano – é uma solução inteligente e pragmática no momento.

Discovery Brasil 

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