A coluna de ciência e tecnologia do Bom Dia Brasil mostra hoje uma invenção que pode ser a solução para um problema que atinge a principal área de lazer de um país como o nosso: a praia.
Já está em teste no Espírito Santo e promete acabar com um inimigo silencioso, um problema que atinge adultos e crianças.
Já está em teste no Espírito Santo e promete acabar com um inimigo silencioso, um problema que atinge adultos e crianças.
Contato com a natureza, com o sol, é fundamental. Mas é preciso ficar atento com a poluição que pode estar onde a gente menos deseja, como a areia. Isso acontece também em praças, parquinhos, escolas - onde quer que tenha um areal. É uma poluição invisível - que pode ser combatida com o invento de dois pesquisadores do Espírito Santo.
O Jardim de Infância Daniel Comboni fica em um bairro tranquilo de Ibiraçu, no Espírito Santo. A cidade está encravada em um vale e ninguém esquece a maior chuva da história.
“As consequências foram gravíssimas [na escola]. A enchente chegou a mais de dois metros. Ficou todo mundo assustado", mostra a prefeita de Ibiraçu Naciene Vicente.
“As consequências foram gravíssimas [na escola]. A enchente chegou a mais de dois metros. Ficou todo mundo assustado", mostra a prefeita de Ibiraçu Naciene Vicente.
Com o tempo, a enchente passa, a água baixa e a escola precisa de uma reforma, de uma mão de tinta e fica nova de novo. O problema são as consequências que não vemos e atingem especialmente locais que deveriam ser sagrados.
“A contaminação se dá através do contato da pele com a areia contaminada e necessita, evidentemente, de algum tempo para que o microorganismo penetre na pele. Por exemplo, em geral as pessoas vão estar deitadas, então vai levar no mínimo dez minutos, 20 minutos para que haja penetração. Assim como uma criança brincando em um parquinho com areia contaminada pelo fungo também serão necessários uns 10, 15 minutos para que se dê a infestação”, explica o dermatologista David Azulay.
No Espírito Santo, viemos conversar com dois pesquisadores. Eles garantem: depois de quatro anos de estudos, desenvolveram uma técnica que descontamina qualquer areal.
“A minha filha tinha 3 anos quando pegou a contaminação de uma areia. Pegou uma larva migra e um fungo micótico. Nós conversamos com a direção da escola, da creche onde ela estudava e comecei então a analisar aquela areia”, explica o pesquisador Niucesar Estevam Vieira.
“Essa fórmula que preparamos é única e nós aplicamos essa mesma fórmula nas diversas situações que possam existir”, completa o químico industrial Márcio Lemos de Lima.
A areia, formada por bilhões de pequenos grãos, é um criadouro. Absorve o calor e a temperatura vai ficando mais amena a pouca profundidade - seis, sete centímetros. Nessa "estufa natural", larvas, vermes, bactérias - trazidos com as fezes ou o esgoto - se reproduzem com muita facilidade.
“Mesmo se a contaminação acontecer só em um canto, daquele canto todo o parquinho pode ser contaminado. Ele vai proliferando a cada minuto”, garante o pesquisador Niucesar Estevam Vieira.
Para preparar a solução, é necessário usar um caminhão-tanque e alguns galões, contento ingredientes dosados ali mesmo, na hora da aplicação.
Os inventores não revelam a fórmula do produto, ou seja, qual é a composição química dele. Dizem apenas que precisam do caminhão, que é para fazer uma mistura mais homogênea de todo esse material. A partir do caminhão eles vão lançar esse descontaminante diretamente no parquinho de areia.
Com a força do jato, a mistura chega à profundidade necessária de sete centímetros para alcançar vermes e bactérias. Segundo os inventores, nessa hora já começa a limpeza do que é perigoso para nossa saúde e um cheiro forte pode ser sentido.
“Na matança das bactérias, dos vírus, dos germes eles exalam um odor. Porque há matança ele exala esse CO2", explica o pesquisador Niucesar Estevam Vieira.
Nós recolhemos uma amostra da areia que passou pelo tratamento e a levamos para uma análise. O resultado foi realmente a eliminação de uma bactéria, responsável por intoxicações alimentares. Até em uma praia a fórmula seria eficiente, segundo os pesquisadores. Mas o certo é se houvesse menos sujeira, todos ficariam mais tranquilos.
Segundo o dermatologista David Azulay, uma doença mais comum de quem entra em contato com uma areia contaminada é uma micose - que não é difícil de ser tratada.
Segundo o dermatologista David Azulay, uma doença mais comum de quem entra em contato com uma areia contaminada é uma micose - que não é difícil de ser tratada.
É muito difícil saber se a areia está contaminada, já que os agentes de uma micose são muito pequenos, microscópios. Mas se você vê sujeira na areia, já é um bom indicativo para confirmar uma contaminação.
Fonte:g1.com.br
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