Dezoito regiões litorâneas dos seis continentes foram avaliadas e os resultados apontaram quem, quanto mais povoada era a cidade, mais microplásticos eram encontrados nas praias da região. Ainda segundo o estudo, os tamanhos e formatos das partículas indicam que eles eram resquícios de tecidos sintéticos. Outros experimentos demonstraram que uma única peça de vestuário pode liberar mais de 1.900 fragmentos por lavagem. "Isto sugere que uma grande proporção de microplásticos encontrados no ambiente marinho pode ser derivada de esgoto como consequência da lavagem de roupas. Conforme a população humana cresce e as pessoas usam mais tecidos sintéticos, é provável que a contaminação de habitats e de animais por microplásticos aumente", alertam os pesquisadores.
Entre a composição química das substâncias encontradas, três quartos são de poliéster, e o resto é formado por poliamida, polipropileno e acrílico – o que corresponde à dos tecidos sintéticos. Para combater o problema, os pesquisadores sugerem que designers de roupas e fabricantes de máquinas de lavar considerem a importância de novas pesquisas e tecnologias capazes de reduzir as emissões de microplástico nas redes de esgoto – como a ultrafiltração.
Eles ainda alertam para a urgência de novos estudos que determinem se o microplástico pode ser acumulado ao longo das cadeias alimentares através da ingestão. "Nos seres humanos, fibras de microplásticos inaladas são absorvidas pelos tecidos do pulmão e podem tornar-se associadas a tumores, enquanto corantes dispersivos de poliéster e fibras de acrílico já demonstraram causar dermatite", concluem.
Fonte: EcoAgência
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