sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Aquecimento global pode dificultar a sobrevivência, na Antártida, de peixes

Breno Fortes/CB/D.A.Press (Pinguins avistados na Antártida: esses animais podem ser alguns dos mais prejudicados com o desaparecimento dos peixes nototenioides)

As regiões polares são os locais onde se observa o maior aumento de temperatura do ambiente, devido às mudanças climáticas. Enquanto no planeta a elevação média nos últimos 50 anos foi de 0,8ºC, na Antártida, o aquecimento foi 2ºC e, no Ártico, de 5ºC. Inicialmente, os números não parecem alarmantes, mas podem colocar em risco a vida de um grupo específico e muito importante de peixes que vivem no Polo Sul: os nototenioides, base alimentar de diversos animais e peça-chave para o equilíbrio ecológico da região.
Esses peixes, adaptados para viverem em águas com temperaturas extremamente baixas e para suportarem os altos níveis de radiação ultravioleta em seu hábitat, podem sofrer estresse psicológico devido ao “calor”, como constatou uma equipe de pesquisadores de diversos países, liderados por um cientista da Universidade de Yale, nos Estados Unidos. O estudo, publicado nesta semana na edição on-line da revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), inicialmente tinha como objetivo apenas compreender como os nototenioides evoluíram para viver na região. “De fato, conseguimos analisar seu processo evolutivo, mas, durante a pesquisa, notamos que, devido ao padrão desses peixes de se adequarem às condições polares, a tendência de o Oceano Antártico se aquecer representa uma ameaça para as espécies”, comenta Thomas Near, principal autor do estudo e professor de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade de Yale.



Como esses animais são a principal fonte de alimentação de pinguins, algumas espécies de baleias e focas, a redução de sua população pode levar a um desequilíbrio ecológico na região. Near descreve que as temperatura mais elevadas, além de causarem estresse nos peixes, vão permitir que outras espécies não antárticas colonizem as águas do Polo Sul. “Não sabemos o que pode ser feito, além da prevenção do aquecimento do Oceano Antártico, para evitar a extinção dos nototenioides”, lamenta o pesquisador de Yale.
Fonte:Jornal do meio ambiente

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