segunda-feira, 12 de março de 2012

Novo laboratório da Embrapa desenvolverá embalagens comestíveis e biodegradáveis


O novo Laboratório de Embalagem de Alimentos da Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza – CE) será inaugurado na segunda-feira ( 12) . Na nova estrutura serão conduzidos estudos para desenvolver embalagens biodegradáveis, que em contato com o solo podem ser decompostas em semanas - diferente dos plásticos, cuja degradação na natureza pode levar mais de um século. Essas embalagens, além de ambientalmente corretas, podem ser comestíveis e ativas.
O laboratório de 350 metros quadrados abrigará pesquisas para desenvolver embalagens a partir de matérias-primas da biodiversidade brasileira, como cera de carnaúba, polpa de frutas tropicais e gomas, a exemplo da goma de cajueiro.
A Embrapa Agroindústria Tropical já atua no desenvolvimento de embalagens biodegradáveis. Um exemplo são os filmes e revestimentos comestíveis obtidos a partir de polpa de frutas tropicais, como acerola, goiaba e manga. Quando aplicados sobre a superfície dos alimentos, estes filmes e revestimentos retardam a perda de água e as trocas gasosas entre o alimento e o ambiente, aumentando o tempo de vida do produto.
Conforme a pesquisadora Henriette Azeredo, o desafio agora é melhorar o desempenho dos biomateriais para uso em embalagens de alimentos. Segundo ela, uma das formas é a adição de estruturas muito pequenas de reforço, como nanocelulose ou nanoargilas. Outra forma é combinar compostos com propriedades complementares, como o amido, que tem boa barreira ao oxigênio, ou a cera de carnaúba, que tem boa barreira ao vapor de água.
O centro de pesquisa também atua no desenvolvimento de embalagens que incorporam substâncias bioativas para promover a segurança dos alimentos. Um dos estudos, conduzido pela pesquisadora Socorro Bastos, visa ao desenvolvimento de embalagens com atividade antimicrobiana a partir da adição de óleos essenciais de plantas como o orégano, alecrim-pimenta e manjericão. "Estes compostos já apresentam ação antimicrobiana comprovada em laboratório e podem reduzir a adição de compostos químicos sintéticos", afirma a pesquisadora.
Embalagens inteligentes
Outra linha de atuação do Laboratório de Embalagens de Alimentos visa à obtenção, no futuro, de embalagens inteligentes. Para isso, são realizados estudos com biossensores – dispositivos eletrônicos que utilizam moléculas biológicas para detecção de substâncias de interesse. A pesquisadora Roselayne Ferro Furtado explica que já foram realizados estudos, na Embrapa Agroindústria Tropical, com a aplicação de biossensores na agroindústria. Um exemplo foi o uso na detecção de peróxido de hidrogênio no leite para averiguar a adulteração do produto. Outro estudo propiciou a detecção da enterotoxinas estafilocócicas (toxinas liberadas por um tipo de bactéria) em queijos.
Conforme a pesquisadora, o desafio do Laboratório de Embalagem de Alimentos é acoplar os biossensores às embalagens para torná-las inteligentes. "Essas embalagens poderão, por exemplo, informar ao consumidor se o produto está próprio para o consumo", afirma a pesquisadora.
O Laboratório de Embalagens de Alimentos atuará, ainda, com encapsulamento de substâncias ativas para conservar os princípios ativos ou promover um sistema de liberação controlada nos alimentos.
Fonte: Verônica Freire/Embrapa Agroindústria Tropical

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