quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Como as reservas marinhas móveis podem salvar os oceanos


Peces-nadando
Com a mudança climática, a destruição dos habitats e outros fatores que levam os animais a se deslocarem continuamente em busca de lares menos inóspitos, decidir onde criar áreas protegidas tornou-se uma tarefa complicada. Mas e se essas áreas pudessem se mover junto com seus habitantes?
Os avanços na tecnologia de imagens geradas por satélite e o monitoramento de espécies por GPS tornaram isso possível, ao menos no ambiente marinho, afirmaram cientistas em um evento realizado recente em Vancouver.
As reservas móveis marinhas "proporcionariam refúgios seguros para espécies ameaçadas como as tartarugas-comuns, as tartarugas-de-couro, albatrozes, tubarões e outras espécies migratórias, além dos animais marinhos que abandonam seus territórios históricos em resposta à mudança climática”, detalha o jornal inglês The Guardian em um artigo sobre a proposta.
Tortuga-nadando
As tartarugas-marinhas são animais que viajam grandes distâncias. Angell Williams/CC BY 2.0. 
As áreas onde a pesca por rede de arrasto é proibida poderiam ser identificadas pela presença de condições favoráveis à vida marinha e mudar de acordo com as migrações sazonais, correntes oceânicas e sistemas atmosféricos como o El Niño.
"As reservas estacionárias pouco fazem para proteger os animais de alta mobilidade, como a maioria dos peixes, tartarugas, tubarões e aves marinhas”, afirma Larry Crowder, diretor científico do Centro de Soluções Oceânicas da Universidade de Stanford. "Pensamos em áreas protegidas como pontos fixos em um mapa, mas nenhum ponto nos oceanos é fixo, eles se movem”.
Os defensores da ideia afirmam que a flexibilidade desta abordagem também poderia beneficiar os pescadores porque não ficariam definitivamente afastados de determinados pontos geográficos. A ideia também reflete os resultados de pesquisas recentes, que demonstram que redes interconectadas de pequenas reservas são mais eficientes que áreas grandes e contínuas, já que refletem com mais precisão os padrões da vida marinha e reduzem a insatisfação dos pescadores.



Nenhum comentário:

Postar um comentário